sábado, 20 de agosto de 2011



Beijos

As vezes penso comigo
Que há beijos de toda cor;
Beijos que trazem consigo
Mil prismas, com amor.

Assim, o beijo de Judas
Tem a cor da escuridão:
Guarda o horror das trevas mudas
E a negrura do carvão.

É negro, bem como a sombra
É traiçoeira na alfombra.

Parte um noivo, que enlouquece
Beijando a noiva, com pejo...
Não sei porque, mas parece
Que é tão azul este beijo!

É azul porque a saudade
Tem a cor da intensidade!

Na liça, o guerreiro bravo
Vê cair o irmão exangue:
Beija-o e foge, que é escravo...
Mas leva nos lábios sangue...

Dado embora de joelhos
Aquele beijo é vermelho

Quando afago a minha filha
E cinzo-a de encontro aos flancos,
Seu rosto como que brilha...
Os beijos de mãe são brancos

São brancos, bem como a lua
É alva, quando flutua.

Henrique castriciano

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